sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Maria-sem-vergonha


Maria-sem-vergonha
(A. M. de Godoy T.)

Muitas flores são conhecidas popularmente por seus nomes bizarros, curiosos, engraçados e até mesmo excêntricos. Maria-sem-vergonha é uma delas e bem que faz jus a este nome, pois é mesmo desavergonhada. Cresce em qualquer lugar, tanto pode ser a pleno sol ou a meia sombra, se reproduz com facilidade, não exige cuidados especiais, invadem mata fechada se aninhando debaixo de árvores, extrapolam cercas, muros, jardins se intrometendo entre outras flores, enfim... de comportamento que bem lhe assegura o nome e até lhe impõem um outro mais vexatório: invasora. E tem mais, por apresentar crescimento muito rápido, faz jus também ao seu nome científico:  Impatiens que em latim quer dizer impaciente.
Mas tem também uma característica que lhe garante nomes mais carinhosos.  Possuem cápsulas onde se alojam as sementes que se arrebentam ao menor contato, lançando longe as sementes, e por isso são chamadas de beijo ou beijinho.
Espécie nativa do leste da África, as primeiras mudas foram trazidas por D. Pedro I quando veio com a Imperatriz Maria Leopoldina para o Brasil e plantadas no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Rapidamente se aclimataram e se proliferaram nos jardins do Brasil. Dai pra popularizar seu nome foi um pulo pois diziam que “As flores de Maria (Leopoldina) davam em todo lugar, eram flores sem vergonha”. Verdade ou não, a justificativa é bem apropriada.

Maria-sem-vergonha                    
(A. M. de Godoy T.)

Flor singela                                                    
Que alegra
Os atalhos                                           
E os largos
Dos caminhos                                       
Onde passo.

Flor brejeira

Flor campeira, 

Branca                                                   
E vermelha
Cor-de-rosa
E amarela.

Flor faceira
Espaçosa,
Esparrama
E rasteja,
Sob a mata,                                                Sobre as pedras.                         

Cobre campos
Ribanceiras
Não tem solo
Nem tem onde
Onde cai
Cresce aos montes

E aqui junto da fonte
Entre tantas
São tão belas.
São beijinhos de arcanjos,
Querubins e serafins
No céu do meu jardim.



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